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Holding brasileira já atua em seis estados 

 

>> Conforme vinha antecipando, Ronaldo Caiado informou a saída da empresa italiana da distribuição de energia no Estado, após ter descumprido por dois anos consecutivos as metas de melhorias no serviço

 

O governador de Goiás Ronaldo Caiado anunciou no início da manhã desta sexta-feira (23/09) a venda da Enel Distribuição Goiás para a Equatorial Energia S.A., uma holding brasileira que opera atualmente na distribuição de energia com 6 concessionárias, nos estados do Maranhão, Pará, Piauí, Alagoas, Rio Grande do Sul e Amapá. A negociação foi finalizada nesta madrugada, em um movimento da Enel para evitar a caducidade (cancelamento) do contrato em razão do descumprimento, pelo segundo ano consecutivo, das metas de melhoria dos serviços acordadas com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

 

“Vamos, sem dúvida alguma, cobrar também para que a Equatorial cumpra com o contrato em Goiás, que invista e que realmente dê condições para o nosso Estado desenvolver a passos largos. Vocês sabem que, com energia, Goiás vai voar mais alto. Vamos continuar acompanhando e exigindo que essa nova empresa venha atender a demanda do povo goiano”, garantiu o governador.

 

A saída da Enel da distribuição de energia em Goiás vinha sendo antecipada pelo governador, que acompanhava os bastidores. Em entrevista recente, Caiado firmou que “o melhor caminho para a Enel é que desista de tentar lucrar com a operação de venda e transfira o controle”, reafirmando o movimento do governo para que Enel se retirasse do setor de energia no Estado.

 

A Enel comprou a Celg Distribuição (Celg-D) em 2016 por R$ 2,2 bilhões, cabendo a Goiás cerca de R$ 1,1 bilhão ou R$ 800 milhões líquidos, porém deixando um passivo de R$ 12 bilhões ao Tesouro Estadual. Ainda como Senador da República, Ronaldo Caiado acompanhou as negociações e desde então já se declarava contrário aos termos da operação, justificando tamanho prejuízo aos cofres do Estado de Goiás.

 

“E vocês viram que essa foi uma venda fraudulenta, até porque Goiás ficou com uma dívida no Tesouro de R$ 12 bilhões que nós, goianos, ainda temos que pagar. Chegamos ao governo e continuamos nessa luta, exigindo que cumprissem tudo aquilo que havia assinado no contrato, no momento da compra da Celg. E, mesmo assim, não cumpriam. Quando chegou agora, que eles viram que ia para a caducidade, rapidamente venderam a Enel para a Equatorial”, explicou o governador.

 

A Equatorial chega a Goiás com a missão de realizar os investimentos necessários para atender uma demanda reprimida por energia elétrica, depois de anos de subinvestimentos na operação. A aquisição da companhia em Goiás é uma das maiores feitas pela holding brasileira do setor e especialistas afirmam que tem um dos maiores retornos projetados para a Equatorial.

 

“Queremos energia de qualidade”,

disse o governador sobre a venda da Enel Goiás

 

Embora a fiscalização do serviço não seja atribuição do governo do Estado, Caiado garante que vai acompanhar de perto os investimentos e cobrar os compromissos assumidos pela Equatorial, companhia que vai comandar a distribuição de energia elétrica em Goiás

 

Em visita a Anápolis, nesta sexta-feira (23/09), o governador Ronaldo Caiado falou com otimismo sobre a venda da Enel Goiás e declarou que vai exigir participação do Governo de Goiás na transição para a Equatorial S.A., holding brasileira que vai assumir a distribuição de energia elétrica no Estado. Ronaldo Caiado espera receber nos próximos dias a diretoria da Equatorial para que seja feita uma explanação da companhia sobre os projetos e investimentos previstos para o setor elétrico em Goiás.

 

“Não vamos baixar a guarda hora alguma. Vou pedir que cumpram o compromisso e que levem energia elétrica para o desenvolvimento do Estado de Goiás”, declarou Caiado.

 

Questionado sobre a negociação entre Enel Goiás e Equatorial, o governador esclareceu que é uma operação entre duas empresas privadas e que o Estado não tem poder para interferir nos termos da venda. Ainda assim, como chefe do Executivo Estadual, Caiado considera importante que a administração estadual participe da transição a fim de assegurar que não haja problemas na prestação do serviço para a população e setor produtivo goiano.

 

“É importante que o goiano saiba que o Governo de Goiás não tem mais controle sobre a empresa que distribui energia elétrica em Goiás. Infelizmente, com a venda da Celg, que não pertence mais à administração estadual, essa atribuição passou para a Aneel. Mas nem por isto cruzamos os braços diante dos problemas”, destacou Caiado. “Há cinco anos fizeram essa privatização criminosa (a venda da Celg-D) e impuseram aos goianos todos esses prejuízos”, acrescentou.

 

Ainda como senador, Ronaldo Caiado apontava os prejuízos da venda da Celg-D para a Enel. Quando assumiu a gestão estadual, passou a acompanhar a prestação do serviço da empresa e fez pressão política para que a Enel cumprisse as metas acordadas com a Aneel.

 

O governador também liderou movimento com a bancada goiana no Congresso Nacional e conseguiu barrar uma emenda ‘jabuti’ que prorrogaria o prazo para que as metas fossem alcançadas pela Enel. Após descumprir as metas de qualidade por dois anos consecutivos, a italiana acelerou o movimento de venda da operação em Goiás, já que seria aberto o processo de caducidade do contrato.

 

“Hoje a energia é o maior gargalo para que Goiás possa ter a implementação de novas indústrias e geração de emprego”, frisou Caiado. “Nós queremos a oferta de uma energia que garanta ao consumidor condições de expandir os seus negócios e, ao mesmo tempo, de ter uma energia de qualidade”, assinalou o governador.

 

“Há cinco anos fizeram essa privatização criminosa (a venda da Celg-D)

e impuseram aos goianos todos esses prejuízos”, acrescentou o governador.

 

Venda

 

A italiana Enel comprou a Celg Distribuição (Celg-D) em 2016 por R$ 2,2 bilhões, cabendo a Goiás cerca de R$ 1,1 bilhão ou R$ 800 milhões líquidos, porém deixando um passivo de R$ 12 bilhões ao Tesouro Estadual. Com dificuldades em cumprir as metas estabelecidas pela agência reguladora e considerada uma das três piores concessionárias do país, a empresa agora deixa o mercado goiano.

 

A holding nacional Equatorial (EQTL3) anunciou a aquisição do controle total da Celg-D por um valor total de R$ 7,5 bilhões – sendo R$ 5,7 bilhões em dívidas assumidas e aproximadamente R$ 1,6 bilhão em pagamento. A empresa já opera em Alagoas, Maranhão, Pará, Piauí, Amapá e Rio Grande do Sul.

 

Foto: Secom

 

Governador Ronaldo Caiado sobre venda da Enel Goiás: “Queremos oferta de energia que garanta ao consumidor condições de expandir seus negócios”

 

 

 

 

 

 


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