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Outubro Rosa >>  Os olhos também precisam de cuidado nos casos de diagnóstico de câncer na mama

 

Conhecida internacionalmente, a campanha do Outubro Rosa visa conscientizar a população mundial sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama. Ao longo de 25 anos, o câncer de mama matou 323,2 mil brasileiras, segundo indicativos do Ministério da Saúde. A doença foi registrada na certidão de óbito de 18,2 mil brasileiras em 2021, uma média de 50 mulheres por dia, ou duas a cada hora, segundo indicativos do Ministério da Saúde.

 

Segundo uma estimativa do Inca, o Brasil pode registrar um aumento de 66% no número de novos casos e 81% no número de mortes por câncer de mama até 2040, com o crescimento e o envelhecimento populacional. Além de ficar atenta a todos os sinais apresentados pelo corpo para identificação da doença, ao ser diagnosticada com câncer de mama, a mulher enfrenta um outro desafio. “A atenção deve ser direcionada também à saúde dos olhos. Isso porque o câncer de mama é responsável por 50% das metástases oculares”, revela o médico oftalmologista, Fernando Pacheco Veríssimo (foto).

 

Baixa de visão durante o tratamento de câncer é um problema relativamente frequente e merece um exame oftalmológico bem detalhado. As causas podem incluir olho seco, catarata ou problemas mais sérios como infecção ou metástases. Conforme explica o oftalmologista, metástases são células cancerígenas ou pequenos tumores malignos que correm pela corrente sanguínea e podem ser provenientes de um outro tumor pré-existente. “Normalmente, os cânceres de mama, pulmão ou próstata são que dão metástases em outros órgãos, incluindo os olhos”, afirma.

 

Atenção à saúde ocular

 

Os olhos também precisam de cuidado nos casos de diagnóstico de câncer na mama, pois este é o câncer primário que produz metástase ocular com maior frequência em mulheres. “Quando a metástase atinge os olhos, é mais comum que ocorra na coroide, que é responsável pela vascularização da região. Entretanto, em alguns casos, pode atingir ainda a órbita e a pálpebra, além de comprometer íris, corpo ciliar, nervo óptico, retina e vítreo”, acrescenta Fernando.

 

Uma avaliação oftalmológica completa, auxiliada por ultrassonografia, tomografia computadorizada ou ressonância magnética, geralmente confirma o diagnóstico. Já o tratamento deve ser feito o mais rápido possível, e pode aliviar os sintomas e controlar a doença. Quanto mais cedo o diagnóstico, maior a probabilidade de êxito no tratamento e qualidade de vida da paciente, diminuindo o risco de sequelas.

 

“Após os 40 anos, além dos exames indicados pelo mastologista, eu recomendo que façam anualmente o exame de fundo de olho. Por meio dele é possível detectar qualquer alteração ocular e, se detectado, realizamos um mapeamento da retina e outros exames complementares para confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento”, aconselha o médico.

 

 

Fotos: 

O médico oftalmologista, Fernando Pacheco Veríssimo.

 

 

 


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