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Votorantin é exemplo de preservação na biodiversidde da região

 

>> Rio Traíras, que nasce e percorre por 92 km no território do Legado Verdes do Cerrado, é responsável pelo abastecimento de todo o município de Niquelândia

 

Nas últimas três décadas, o Brasil perdeu 15% das áreas de água, sendo o desmatamento de áreas naturais uma das principais causas¹. Em 24 de novembro, data em que é celebrado o Dia do Rio, ações de conservação dos biomas brasileiros para proteger corpos hídricos se destacam. No Norte Goiano, o Legado Verdes do Cerrado – Reserva Particular de Desenvolvimento Sustentável de propriedade da CBA (Companhia Brasileira de Alumínio), é um exemplo que utiliza pesquisas científicas para proteger três rios que passam dentro da reserva, sendo um deles o Traíras e suas nascentes.

 

O Cerrado desempenha papel fundamental no abastecimento de água do país. As águas das mais de 20 mil nascentes desse bioma são escoadas para outras regiões, alimentando oito das 12 bacias hidrográficas do Brasil e auxiliando na distribuição dos recursos hídricos pelo território brasileiro. Ainda assim, é um dos biomas mais ameaçados do planeta, sendo que somente 3% da área total onde o bioma ocorre está sob proteção. 

 

Pesquisas científicas desenvolvidas no rio Traíras na Reserva comprovam a qualidade da água

 

No Norte Goiano, uma das regiões com maior abundância hídrica de Goiás, o Legado Verdes do Cerrado, desde a sua fundação em 2017, investe na conservação do rio Traíras, um dos mais importantes da região. Isso porque esse rio é responsável pelo abastecimento de todo município de Niquelândia (47 mil habitantes, estimativa apontada IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística em 2021), compreende a bacia hidrográfica de Tocantins e, junto ao Rio da Almas, é uma das vertentes que leva água para o quinto maior lago do Brasil, o lago artificial da usina Serra da Mesa, o maior do Brasil em volume de água, com 54,4 bilhões de m³.

 

 

Além da conservação de matas ciliares e a recuperação de áreas degradadas, até o momento, o investimento total em iniciativas voltadas à conservação do Rio Traíras já ultrapassou R$ 300 mil reais. 

 

De acordo com David Canassa, diretor da Reservas Votorantim, empresa gestora do Legado Verdes do Cerrado, as pesquisas científicas realizadas no território direcionam o uso do território de forma que garanta a conservação dos corpos hídricos do Legado. “Os projetos científicos que desenvolvemos na Reserva norteiam o bom uso do território com as melhores práticas, sejam elas relacionadas à conservação ou à produção, visando a produtividade com menor custo e impacto possível”, explica o diretor.

 

Canassa se refere aos modelos de gestão e de negócios aplicados no Legado Verdes do Cerrado, que alia o múltiplo uso do solo à conservação, com atividades da nova economia e da convencional. Dos 32 mil hectares da Reserva, cerca de 80% são destinados à conservação e o restante é utilizado para as atividades produtivas.

 

“Sem floresta não há água! Não há como falar de conservação de recursos hídricos sem considerar a proteção das áreas naturais. O modelo de negócio do Legado Verdes do Cerrado vem provando como o múltiplo uso do solo pode trazer oportunidades de conservação ao mesmo tempo em que gera receita. Esse modelo é replicável, podendo ser uma alternativa em diversas regiões do Cerrado. Pela importância nacional do bioma na disponibilidade hídrica é essencial que todas as opções para a sua conservação sejam consideradas”, reforça o diretor. 

 

Pesquisas

 

Desde a criação da Reserva, algumas das pesquisas desenvolvidas estão diretamente relacionadas ao Rio Traíras. Uma delas é o Monitoramento da Qualidade da Água, que foi realizada pelo Curso Superior de Tecnologia em Mineração da Unidade Universitária de Niquelândia, da Universidade Estadual de Goiás, que teve como objetivo analisar a qualidade ambiental das águas do rio, da nascente até a captação para abastecimento.

 

A pesquisa, que foi conduzida pela professora Cássia Monalisa dos Santos Silva, doutora em Geografia pela Universidade de Brasília (UnB), utilizou diferentes tipos de análises e concluiu que a água do rio Traíras é apropriada para consumo. “Apesar da importância desse rio, há poucos estudos sobre as suas dimensões e extensão. O nosso trabalho no Legado Verdes do Cerrado contribuiu para gerar dados essenciais para planejar ações de monitoramento da qualidade da água e de recuperação de áreas degradadas, além de conhecimento para a comunidade científica e sociedade sobre a principal fonte de abastecimento hídrico de Niquelândia”, ressaltou Cássia.

 

Outra pesquisa inédita é o estudo científico de biomonitoramento, pioneiro no país ao utilizar um peixe – o zebrafish (Danio rerio), também conhecido como paulistinha – para avaliar a qualidade da água e sedimento dos rios. A escolha dessa espécie se dá porque o DNA dos peixes é semelhante com o dos seres humanos, de forma que, ao analisar o impacto da qualidade da água no organismo dos peixes, é possível associar esses efeitos ao corpo humano.

 

A pesquisa foi liderada pelo professor Doutor Thiago Lopes Rocha, do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (IPTSP) da Universidade Federal de Goiás (UFG), em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (FAPEG) e o Legado Verdes do Cerrado.

 

Segundo o pesquisador, os resultados da pesquisa indicam boa qualidade da água no rio e baixa toxicidade para os embriões e larvas do zebrafish, destacando a importância da Reserva na conservação dos recursos hídricos. Apesar de ser conduzido em uma localidade específica, Rocha explica que o conhecimento obtido com a pesquisa extrapola o estado de Goiás. “Programas de biomonitoramento de recursos hídricos regionais contribuem para o conhecimento e a gestão da qualidade das águas de grande parte do Brasil”, finaliza.

Rio Traíras no Legado Verdes do Cerrado. Foto: Luciano Candisani

 

Flora do Cerrado protegendo o rio. Foto: Luciano Candisani

 

Paisagem. Foto: Laila Rebecca

 

Rio. Foto: Luciano Candisan

 

Quer saber mais? Acesse www.cba.com.br


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