Além da conservação de matas ciliares e a recuperação de áreas degradadas, até o momento, o investimento total em iniciativas voltadas à conservação do Rio Traíras já ultrapassou R$ 300 mil reais.
De acordo com David Canassa, diretor da Reservas Votorantim, empresa gestora do Legado Verdes do Cerrado, as pesquisas científicas realizadas no território direcionam o uso do território de forma que garanta a conservação dos corpos hídricos do Legado. “Os projetos científicos que desenvolvemos na Reserva norteiam o bom uso do território com as melhores práticas, sejam elas relacionadas à conservação ou à produção, visando a produtividade com menor custo e impacto possível”, explica o diretor.
Canassa se refere aos modelos de gestão e de negócios aplicados no Legado Verdes do Cerrado, que alia o múltiplo uso do solo à conservação, com atividades da nova economia e da convencional. Dos 32 mil hectares da Reserva, cerca de 80% são destinados à conservação e o restante é utilizado para as atividades produtivas.
“Sem floresta não há água! Não há como falar de conservação de recursos hídricos sem considerar a proteção das áreas naturais. O modelo de negócio do Legado Verdes do Cerrado vem provando como o múltiplo uso do solo pode trazer oportunidades de conservação ao mesmo tempo em que gera receita. Esse modelo é replicável, podendo ser uma alternativa em diversas regiões do Cerrado. Pela importância nacional do bioma na disponibilidade hídrica é essencial que todas as opções para a sua conservação sejam consideradas”, reforça o diretor.
Pesquisas
Desde a criação da Reserva, algumas das pesquisas desenvolvidas estão diretamente relacionadas ao Rio Traíras. Uma delas é o Monitoramento da Qualidade da Água, que foi realizada pelo Curso Superior de Tecnologia em Mineração da Unidade Universitária de Niquelândia, da Universidade Estadual de Goiás, que teve como objetivo analisar a qualidade ambiental das águas do rio, da nascente até a captação para abastecimento.
A pesquisa, que foi conduzida pela professora Cássia Monalisa dos Santos Silva, doutora em Geografia pela Universidade de Brasília (UnB), utilizou diferentes tipos de análises e concluiu que a água do rio Traíras é apropriada para consumo. “Apesar da importância desse rio, há poucos estudos sobre as suas dimensões e extensão. O nosso trabalho no Legado Verdes do Cerrado contribuiu para gerar dados essenciais para planejar ações de monitoramento da qualidade da água e de recuperação de áreas degradadas, além de conhecimento para a comunidade científica e sociedade sobre a principal fonte de abastecimento hídrico de Niquelândia”, ressaltou Cássia.
Outra pesquisa inédita é o estudo científico de biomonitoramento, pioneiro no país ao utilizar um peixe – o zebrafish (Danio rerio), também conhecido como paulistinha – para avaliar a qualidade da água e sedimento dos rios. A escolha dessa espécie se dá porque o DNA dos peixes é semelhante com o dos seres humanos, de forma que, ao analisar o impacto da qualidade da água no organismo dos peixes, é possível associar esses efeitos ao corpo humano.
A pesquisa foi liderada pelo professor Doutor Thiago Lopes Rocha, do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (IPTSP) da Universidade Federal de Goiás (UFG), em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (FAPEG) e o Legado Verdes do Cerrado.
Segundo o pesquisador, os resultados da pesquisa indicam boa qualidade da água no rio e baixa toxicidade para os embriões e larvas do zebrafish, destacando a importância da Reserva na conservação dos recursos hídricos. Apesar de ser conduzido em uma localidade específica, Rocha explica que o conhecimento obtido com a pesquisa extrapola o estado de Goiás. “Programas de biomonitoramento de recursos hídricos regionais contribuem para o conhecimento e a gestão da qualidade das águas de grande parte do Brasil”, finaliza.
Rio Traíras no Legado Verdes do Cerrado. Foto: Luciano Candisani
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Flora do Cerrado protegendo o rio. Foto: Luciano Candisani
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Paisagem. Foto: Laila Rebecca
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Rio. Foto: Luciano Candisan
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