Bolsonaro e seu discurso melancólico

Ex-presidente sai atirando:

“não estou morto, não é o fim da direita no Brasil”

 

>> Pelo placar de 5 votos a 2, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu cassar os direitos políticos do ex-presidente Jair Bolsonaro por 8 anos. Ele só poderá disputar cargo eletivo a partir de 2 de outubro de 2030, quando vence o prazo da punição. Dessa maneira, em tese, ele estará apto a concorrer no pleito seguinte que cai dia 6 de outubro daquele ano, conforme a Constituição Federal determina. Após o resultado colegiado da Corte, o ex-presidente comentou que foi “apunhalado pelas costas”.  Confira o que achou a classe política diante da decisão colegiada da Corte.

 

Em declarações à imprensa após à decisão do TSE, Bolsonaro destacou que não estava morto e que não era o fim da direita no Brasil. “No ano que vem teremos eleições, e estaremos firmes para fazer um grande número de prefeitos”, sentenciou. O PL tem as duas maiores bancadas no Congresso Nacional, com 15 dos 81 senadores e 99 dos 512 deputados federais eleitos nas últimas eleições.

 

Decisão esperada

 

Pelo andar da carruagem, a decisão do TSE já era esperada pela cúpula do PL, partido de Bolsonaro e de Las Velas/EUA, o presidente da sigla Waldemar Costa Neto mandou o recado contemplando a determinação. O vice Braga Neto foi absolvido pela Corte durante todos os quatro dias de julgamento. Ao encarar o resultado da votação do Tribunal, o ex-capitão falou à imprensa:  “É a primeira vez que um governante é cassado sem uma acusação de corrupção”, protestou.

 

Mas são muitas as demandas deixadas por Bolsonaro durante a sua passagem pelo Palácio do Planalto, que vão desde a sua incredulidade diante das vacinas contra a Covid-19, a suspeição sistemática das urnas eletrônicas, até a sua cartada final, quando reuniu extraoficialmente os seus embaixadores para questionar, sem provas, a integridade do sistema eleitoral brasileiro. Esse último ato do inquilino do Alvorada deve ter sido a gota d’água que feriu a Constituição Federal. Para Rosa Weber, ministra que votou a favor da inelegibilidade de Bolsonaro, trata-se de um extremo abuso do poder político contra adversários que fogem dos princípios da Carta Magna do país.

 

Analistas políticos garantem que agora o ex-presidente vai enfrentar outras ações civis por participação ou responsabilidade em atos realizados em 8 de janeiro, quando um bando de vândalos invadiu a Esplanadas dos Ministérios, em Brasília/DF, provocando uma devastação e destruição do patrimônio público. Até a minuta de um golpe de Estado foi encontrada entre os investigados.

 

Bolsonaro deve recorrer ao TSE e STF

 

Segundo juristas especializados, o ex-presidente Bolsonaro deve recorrer da decisão junto ao TSE e ao STF, uma forma de se manter na mídia. Dos 7 ministros do TSE que julgaram a inelegibilidade do ex-presidente, 3 são do STF (Carmem Lúcia, Nunes Marques e o presidente Alexandre Moraes).

 

Outras iniciativas para salvar Bolsonaro estão sendo urgidas, uma delas é a de anistia para o ex-presidente, capitaneada pelo PL. Já os aliados do partido governista se manifestaram contra a medida. De acordo com especialistas da área, a decisão do TSE reflete uma posição praticamente majoritária dos ministros, que consideram que as declarações e atitudes de Bolsonaro, ao questionar a integridade do sistema eleitoral, colocaram em risco os princípios fundamentais da democracia brasileira. O tribunal sustenta que a conduta do ex-chefe do Executivo federal ultrapassou os limites da liberdade, representando uma ameaça à estabilidade institucional do país.

 

A VIA SACRA DE BOLSONARO NO TSE

 

>> O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) retomou, nesta sexta-feira (30), o julgamento de Jair Bolsonaro (PL) e decidiu por torná-lo inelegível por oito anos. O placar final foi de 5 a 2 pela condenação.

 

Na terça-feira (27), o primeiro ministro a votar foi o relator do caso, Benedito Gonçalves, favorável à inelegibilidade de Bolsonaro.

Na quinta (29), votaram Raul Araújo, que foi contra, Floriano de Azevedo Marques e André Ramos Tavares, que seguiram o relator.

Nesta sexta (30), a ministra Cármen Lúcia e o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, votaram a favor da condenação. Kássio Nunes Marques, por sua vez, foi contra.

O TSE também formou maioria para absolver Walter Braga Netto, candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro e ex-ministro da Casa Civil.

 

O QUE DISSERAM OS POLÍTICOS

 

Reunimos algumas declarações de políticos envolvidos com a decisão do TSE de tornar Jair Bolsonaro inelegível por 8 anos. Veja o que eles disseram:

 

WALDEMAR COSTA NETO (Presidente Nacional do PL) – “Acho que a Michelle (esposa de Bolsonaro) agora é uma ótima opção”

CARLOS LUPPI (Presidente do PDT) – “É o fim do enredo que ele mesmo cavou, sem falar que a militância sumiu, não houve manifestação popular”.

TARCÍSIO DE FREITAS (Governador de São Paulo – Republicanos) – “Bolsonaro é e continua sendo a maior liderança da direita no Brasil, seguiremos juntos”.

JORGINHO MELO (Governador de Santa Catarina-PL) – “Força capitão, vamos superar essa fase”.

JERÔNIMO RODRIGUES (Governador da Bahia – PT) – “Os corações dos brasileiros não combinam com tiranos

WANDERLAN CARDOSO (Senador PSD-GO) - . É ruim quando a Justiça decide assim. É algo muito forte.”

PROFESSOR ALCIDES (Deputado Federal PL-GO) –“O TSE jogou a Constituição no lixo. O PL, a direita, tem outros nomes no Brasil, a esposa de Bolsonaro, a Michelle, Caiado, Tarcísio, Zema...

GUSTAVO GAYER (Deputado Federal PL-GO) – “Bolsonaro é o presidente mais honesto que o País já viu, essa é a democracia relativa do sistema”.


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