Estampa em camiseta marcou o Mundial de MotoGP, em Goiânia
>> O ex-presidente da Agência Goiana de Comunicação (Agecom, hoje ABC), Marcus Vinícius Faria Felipe, resgatou um desenho do renomado Siron Franco estampado em uma camiseta para o Mundial de Motovelocidade de 1987, no Autódromo Internacional de Goiânia. A sensibilidade do artista impressionou e a história contada pelo Marquinhos mais ainda. Acompanhe:
“Corria o ano de 1987 e Goiânia era sede do Campeonato Mundial de Motovelocidade. A empresária Maria Célia, cuja confecção minha mãe Euza Faria era modelista, teve uma ótima ideia: pediu ao seu amigo Siron Franco um desenho para fazer camisetas para homenagear o evento. O resultado final foi esta camiseta, que foi "silkada" no meu silk-screen, que funcionou por 2 anos na Rua da Imprensa, no Setor Rodoviário. Foram confeccionadas 15 mil camisetas. Levei uma semana de trabalho noite adentro para entregar a tempo de serem costuradas na facção. Valeu à pena. Maria Célia vendeu todas, e eu, feliz com o resultado e o inusitado de uma vez na vida ter "pintado" uma obra de Siron” – Texto de Marcus Vinícius Faria Felipe.
Siron tem dessas coisas, um artista iluminado e criativo, sempre nos brinda com o seu talento interpretando o mundo com insights imaginários de encher os olhos. Certa vez lhe pedi um desenho, uma caricatura minha, num desses encontros fraternos... Ele pegou um bloco de papel, olhou para mim e o devolveu preenchido com traços fantásticos. Ele fez do meu nariz um lápis... E acertou em cheio, com todo o respeito (sic)...Guardei o presente com carinho, por muito tempo, mas o original acabou se perdendo no caminho. Quem sabe um dia ele faz outro para mim, em novos encontros da vida.
O Mundial de MotoGP em Goiânia
O Autódromo Internacional de Goiânia Ayrton Senna já decidiu um Campeonato Mundial de Motovelocidade. Isso aconteceu em 27 de setembro de 1987, quando o Brasil entrou para o seleto grupo de países a receber uma etapa do Mundial de Motovelocidade, o Grand Prix Motorcycle Racing World Championship, hoje conhecido por Mundial da MotoGP.
O circuito goianiense foi escolhido para sediar o evento por sua qualidade e excelência e, em um final de semana de sol pleno e calor de mais de 40º graus, 32 pilotos da categoria 250 cilindradas (cc) e 17 da categoria principal, a 500cc, realizaram duas corridas de tirar o fôlego na pista da capital de Goiás.
A etapa de Goiânia foi a 14ª e penúltima do Mundial de Motovelocidade daquele ano. O australiano Wayne Gardner (foto) piloto da equipe oficial Honda-HRC, desembarcou na cidade líder na pontuação e com chance de “fechar a fatura” aqui mesmo, ganhando seu primeiro título de campeão mundial por antecipação.
Mas havia obstáculos. Seus rivais na disputa eram ninguém menos que os lendários norte-americanos Eddie Lawson, campeão do ano anterior, e Randy Mamola.
Às 13 horas em ponto, a categoria principal largou diante de um entusiasmado público de mais de 30 mil pessoas. Na pole-position estava Wayne Gardner, que dominou os treinos, disposto a fazer história naquela tarde em Goiânia, tornando-se o primeiro australiano campeão mundial da categoria máxima da motovelocidade.
E foi o que ele fez. Gardner pulou na ponta desde a primeira curva e não olhou mais para trás. Liderou as 32 voltas deste que foi o primeiro GP Brasil da história da motovelocidade mundial, sagrando-se campeão com uma temporada impressionante: 10 poles, oito voltas mais rápidas, sete vitórias e um total de 12 pódios em 15 Grande Prêmios.