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A força dos jovens e das mulheres na Amazônia

Projeto estimula novas gerações, indígenas e comunitárias a se beneficiarem

por seu papel na proteção da floresta

Proteção da Amazônia une jovens e mulheres no Lira

 

>> Projeto de gestão de áreas protegidas dá protagonismo a mulheres e jovens para estimular economia local e manter a floresta em pé. As coordenadoras do Lira - Legado Integrado da Região Amazônica - estão disponíveis para entrevistas, assim como os parceiros do projeto, que têm o Fundo Amazônia como incentivador.

 

Foto: Parceiros e participantes do encontro da Rede Lira (Abner Pamareg Surui)

A força dos jovens e das mulheres na Amazônia

A Amazônia é plural, diversa. São muitas Amazônias, mas os desafios são comuns: ilegalidade (invasões, desmatamento) e falta de implementação das políticas públicas. Por isso o papel da sociedade civil e organizações de base é fundamental para manter a floresta em pé e gerar renda para as comunidades que lá residem. O LIRA– Legado Integrado da Região Amazônica – trabalha na gestão de áreas protegidas – as unidades de conservação e as terras indígenas -, criadas para garantir o futuro da floresta. Na semana passada, ocorreu o encontro presencial de parceiros da Rede LIRA em Porto Velho, Rondônia.

 

Durante três dias, 70 participantes de 55 organizações que executam projetos apoiados pelo LIRA mostraram o quem tem feito para aprimorar a gestão territorial, estruturar cadeias de valor da sócio biodiversidade, fortalecer as organizações de base de povos e comunidades tradicionais e proteger os territórios. Um ponto unânime é dar visibilidade ao papel das mulheres e engajar os jovens para o desenvolvimento dos territórios. “É fundamental dar oportunidades para as novas gerações manterem a sua terra e viver dos frutos que ela dá”, diz Fabiana Prado, coordenadora do Lira.

 

Alguns dos números resultantes desse projeto mostram esse protagonismo. São 44 negócios comunitários sustentáveis, com 2.600 beneficiários diretos, vindo de 13 cadeias da bioeconomia florestal, entre eles cacau, castanha, açaí, borracha, óleo de copaíba e pirarucu.

 

O estímulo já gerou frutos. “Muitos jovens indígenas fazem o monitoramento dos seus territórios com o uso de drones. Isso foi proporcionado por conta do trabalho do projeto e seus parceiros. Há formação de redes de comunicadores e ações na incidência política em defesa dos territórios, entre outros movimentos”, conta Neluce Soares, também coordenadora do projeto. Wytlen Lima De Souza, 26 anos, do Instituto Pupykary, contou durante o encontro que era a primeira vez que estava viajando para representar a instituição da qual faz parte e o quanto isso era significativo para ele. “Este é meu primeiro projeto como coordenador. E acho importante as pessoas mais novas assumirem esse papel. E eu tive a sorte de encontrar o Lira que tem uma aproximação com os jovens. Meu mundo se expandiu com isso. Estou muito feliz com esse espaço que foi aberto”, disse ele.

 

Cadeias de valor

 

Alguns dos números resultantes desse projeto mostram esse protagonismo. São 44 negócios comunitários sustentáveis, com 2.600 beneficiários diretos, vindo de 13 cadeias da bioeconomia florestal, entre eles cacau, castanha, açaí, borracha, óleo de copaíba e pirarucu. “São 155 mulheres envolvidas diretamente na execução dos projetos, sendo 66 comunitárias, 37 indígenas e 42 colaboradoras/técnicas”, diz Fabiana. Além da sua expressiva participação nesse processo, o LIRA também promove a visibilidade das mulheres e jovens que atuam nessas cadeias. Na cadeia da borracha, por exemplo, o papel das mulheres seringueiras é invisível e um dos projetos apoiados vai apoiá-las no trabalho de produção na Reserva Chico Mendes.

 

O LIRA atua hoje em 55 áreas protegidas, o que equivale a 58 milhões de hectares. Abrange 62 municípios nos estados do Amazonas, Pará, Mato Grosso, Roraima e Acre. Nos últimos três anos foram 46 milhões de investimento com 37 mil beneficiários diretos. “Nosso foco é integrar o conhecimento técnico e tradicional para aprimorar essas cadeias, fazendo estudos de mercado e prospecção da produção, agregando valor e garantindo rastreabilidade”, conclui Fabiana.  

 

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Fabiana Prado (ao centro) durante o encontro de parceiros da Rede Lira. (Foto: Abner Pamareg Surui)

Neluce Soares durante palestra no encontro de parceiros da Rede Lira (Foto: Abner Pamareg Surui)

Wytlen Lima de Souza

 

Sobre o LIRA

 

O LIRA é uma iniciativa idealizada pelo IPÊ - Instituto de Pesquisas Ecológicas, Fundo Amazônia e Fundação Gordon e Betty Moore, parceiros financiadores do projeto. Os parceiros institucionais são a Fundação Nacional do Índio (FUNAI), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Secretaria Estadual do Meio Ambiente do Amazonas - SEMA-AM e o Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará – IDEFLOR-Bio. O projeto abrange 34% das áreas protegidas da Amazônia, considerando 20 UCs Federais, 23 UCs Estaduais e 43 Terras Indígenas, nas regiões do Alto Rio Negro, Baixo Rio Negro, Norte do Pará, Xingu, Madeira-Purus e Rondônia-Acre. O objetivo do projeto é promover e ampliar a gestão integrada para a conservação da biodiversidade, a manutenção da paisagem e das funções climáticas e o desenvolvimento socioambiental e cultural de povos e comunidades tradicionais. Mais informações: https://lira.ipe.org.br/

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


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